sexta-feira, 12 de junho de 2009

Arquétipos e Sagrado Feminino

por Coordenação Espaço Anima

Arquétipo (grego - arché: principal ou princípio) é o
primeiro modelo de alguma coisa.


"O ato de contar uma história tem uma função real. O próprio processo da narrativa é um processo de cura, em parte porque uma pessoa está se dedicando a contar a você uma história que tem muito significado para ela. A pessoa se dispõe a essa tarefa porque você pode receber uma certa ajuda na sua vida, mas ela não quer simplesmente te dar um conselho. Quer prestar essa ajuda a você de modo que ela se torne parte do seu ser. É isso que as história fazem. Elas diferem dos conselhos pelo fato de que, quando você toma conhecimento delas, ela se tornam um produto da sua própria alma. É por isso que elas curam você."(Alice Walker)







Carl Gustav Jung fez dos arquétipos um dos eixos
principais da sua teoria analítica.

Por Jung, estes, são considerados como imagens primordiais inscritas no
inconsciente coletivo dos homens desde o início da humanidade.





As lições aprendidas pela espécie humana durante os muitos
milhares de anos de sua existência foram organizadas através dos arquétipos. São
eles que organizam e fornecem os padrões que regem o funcionamento da mente.

Portanto, os arquétipos são o substrato organizativo da mente, que subjaze a
qualquer pensamento, sentimento, emoção, intuição, sensação e ação.

Nós não podemos perceber os arquétipos propriamente ditos, mas sim os efeitos de
sua atuação.

Os símbolos são a forma mais comum dos arquétipos se "expressarem", pois são as
tendências estruturais invisíveis dos símbolos.












Reencontramo-los nos mitos primordiais, nas religiões,
nas lendas que alimentam o patrimônio coletivo e que nos influenciam
conscientemente e sobretudo inconscientemente.


Só para citar alguns exemplos: o arquétipo da mãe, do pai, da
criança, do herói, do dragão, da bruxa, do divino, da morte e transformação...e
da mudança. Arquétipo, na psicologia analítica, significa a forma imaterial à
qual os fenômenos psíquicos tendem a se moldar.

Os arquétipos criam imagens ou visões que correspondem a alguns aspectos da
situação consciente.



Jung deduz que as "imagens primordiais", um outro nome para arquétipos, se
originam de uma constante repetição de uma mesma experiência, durante muitas
gerações. Funcionam como centros autônomos que tendem a produzir, em cada
geração, a repetição e a elaboração dessas mesmas experiências. Eles se
encontram isolados uns dos outros, embora possam se interpenetrar e se misturar.


Segundo a teoria junquiana, as deusas são arquétipos, fontes
derradeiras de padrões emocionais que fluem de nossos pensamentos, sentimentos,
instintos e comportamentos, caracterizados e tipificados como puramente
"femininos". Porque como "deusa" entendemos um tipo complexo de personalidade
feminina que reconhecemos intuitivamente em nós, nas mulheres a nossa volta e
também nas imagens e ícones que estão em toda a nossa cultura.



Por exemplo na Jornada A Busca da Deusa Interior: A Roda das Deusas Gregas,
proporciona o reencontro, um envolvimento profundo, com arquétipos de Deusas,
forças femininas ancestrais, como uma forma de transformar a vida e a
consciência de muitas mulheres em vidas e consciências de Deusas.



Há uma dinâmica fundamental por trás das atitudes de toda a mulher. Parte é
adquirida com sua interação social, parte é inata. Quando a mesma dinâmica é
constatada num grupo de pessoas, temos o Arquétipo do Feminino. Esta forma pura
na mitologia toma o nome de "Deusa".



As Deusas personificam as muitas e diversas maneiras que uma mulher poder ser
levada a adotar e a sentir, quando está em contato com seu inconsciente e sua
espiritualidade (Perséfone), quando está apaixonada (Afrodite), quando está
inspirada em um ideal (Atena), quando está a procura de sua liberdade (Ártemis),
quando está buscando o aconchego de sua casa interior ou a paz interior
(Héstia), quanta está plena e sua consciência e ação (Hera) ou quando absorta em
seu papel de mãe (Deméter).



Devido muitas vezes à nossa formação social, há uma tendência de se considerar
mitos antigos como bobagens supersticiosas.

Engano nosso, pois eles representam uma psicologia altamente sofisticada. É por
intermédios dos arquétipos que se conhece a identidade das pessoas. Eles podem
aparecer em sonho, se manifestar no dia no dia-a-dia, ou permanecerem ocultos,
mas sempre nos dão a dica que precisamos na busca da verdade e do conhecimento.



Seguindo o exemplo das Deusas Gregas:

1) Mulher-Perséfone:












Para os gregos, Perséfone era a Rainha distante do Mundo
Avernal, que vigiava a alma dos mortos. Ma ela era conhecida também como a
virgem donzela Coré, que foi seqüestrada de sua mãe, Deméter.


A Mulher Perséfone tem uma qualidade que lhe é inata, a sua
vulnerabilidade espiritual. Em sua fragilidade, percebe-se o anseio por afeição
e intimidade profunda. Esta mulher é envolta por uma aura de mistérios.

O seu mundo é paranormal, mas ela se sente atraída pelos ensinamentos da
metafísica mais do que pelas ciências naturais convencionais.

Como Deusa do Mundo Avernal, é a Deusa do Reencontro com o Insconsciente e
também da Transcendência.

A Perséfone quando se torna uma Mulher-Madura ressurgi de algum modo do mundo
espiritual, ainda que permaneça em contato com ele. Ela torna-se feiticeira, uma
mulher sábia, alegre e bem humorada, que acha engraçada e divertida toda a
loucura humana. E, mesmo quando anciã, ainda preserva toda sua juventude e, como
uma jovem iniciada, traz consigo a jubilosa sabedoria dos anos.



2) Mulher-Deméter


Não é difícil achar Deméter, pois ela sempre estará rodeada
de crianças.









É aquela faz e distribui o pão, que passa a noite
acordada cuidando do filho doente, que cozinha, que lava e passa e que ainda
tem reservas inesgotáveis de energia.





Deméter é mais que uma mãe biológica, pois não é ter filhos
que a faz mãe, é sua atitude, sua maneira instintiva de cuidar de tudo que é
pueril, pequeno, carente e sem defesa.

Deméter é pura dedicação e doação, sentimentos que conhecemos como "carinho de
mãe".

Ela é tão envolvida com o fato de ser mãe que não arranja tempo para comprar um
vestido novo, ir ao cabeleireiro e outras atividades que toda a mulher gosta de
fazer para si mesma. Deméter se sente totalmente realizada fazendo o que faz,
sendo mãe.



3) Mulher-Ártemis












É regida pela deusa das selvas. Ela é prática, atlética,
aventureira. Aprecia a cultura física, a solidão, a vida ao ar livre e os
animais.


Dedica-se à proteção do meio ambiente, aos estilos de vida
alternativos e às comunidades de mulheres.

Ártemis não se destaca muito no mundo moderno. A cidade não é "sua praia".
Quando ela é encontrada no meio urbano, ela é tímida, reservada. Curtir festas e
multidão não é algo que lhe interessa. A energia vigorosa que captamos em
Ártemis entretanto, não é mental, provém do seu corpo ágil a atlético, que adora
envolver-se fisicamente no projeto do momento.

A chaga de Ártemis envolve a solidão que é relegada. Seu amor à liberdade a
tornam difícil de ser aceita como mãe, esposa ou profissional, estilos que
pertencem a Deméter, a Hera e Atena. Na verdade ela tem repúdio por valores e
formas adotadas pela sociedade convencional. A mulher-Ártemis tende a escolher
ser totalmente reclusa e muito solitária.



4) Mulher-Atena









Esta é a mulher regida pela sabedoria da civilização.
Busca a realização profissional, sendo bem sucedida na educação, na cultura
intelectual, justiça social e política.





É bem fácil identificá-la, pois a mulher-Atena está no
mundo, ela faz e acontece: editorando revistas, dirigindo departamentos de
Universidades, é personalidade política e grande executiva. Ela está sempre em
evidência,pois é prática e extrovertida.

Entretanto, a maioria dos homens têm medo dela, pois acham que não estão a
altura de seu intelecto. Mas quando conquistam seu respeito, a mulher-Atena é a
mais leal das companheiras, uma verdadeira amiga de todas as horas. Os gregos a
chamavam de "Companheira dos Heróis".

A independência da mulher-Atena em relação aos homens é também, uma virtude que
ela partilha com Ártemis.

Entretanto, apesar de sua força, seu brilho e independência, a donzela vestida
de armadura, tem a vulnerabilidade de menina. Até mesmo as mais bem-sucedidas e
carismáticas mulheres-Atena revelarão um dia, o quanto se sentem inseguras e
ansiosas a despeito de tudo que realizam externamente. Eis aqui o paradoxo que
nos leva ao cerne da chaga de Atena: quanto mais ela encobre a donzela
vulnerável, mais impetuosa se torna sua armadura protetora.



5) Mulher-Afrodite












Nunca uma deusa foi tão íntima e pública como Afrodite!

Em nossa época, Afrodite dá toda a impressão de ter trocado o Olimpo por
Hollywood.




Grandes beldades das telas e passarelas como Maryln Monroe, Sharow Stones,
parecem ter encarnado a nossa amada deusa.

Entretanto, não pára aí, pois seu culto é universal! Diariamente, em seriados,
em novelas da TV, romances vendidos em banca de revistas e escândalos políticos,
revivem histórias imemoriais de paixão, ciúmes, inveja e traição.

Ela é antes de tudo uma presença sensual, como um sol vibrante, brilha e
despedaça corações. É fácil identificá-la, adora roupas caras, jóias, perfumes e
adornos de todo o tipo.

Graças ao seu talento em manobrar sentimentos e os projetos criativos do homem,
a mulher-Afrodite consegue manifestar o que Jung chamou de "anima"do homem.
Quando apaixonada ela aumentará tremendamente a confiança de seu amado, pois
acima de tudo, Afrodite quer que seus relacionamentos amorosos tenham coração.

Grande parte das chagas da mulher-Afrodite decorrem do fato de ela estar
alienada das outras deusas. A mulher-Afrodite é muito livre, leve e solta, o que
a sociedade não consegue entender ou no máximo respeitar.

A mulher-Afrodite para viver hoje tem de ser beneficiada com a capacidade de
raciocínio de Atena, o respeito social de Hera, o contato com a sua realidade
interna de Perséfone, para obter respeito social e um lugar mais confortável no
mundo moderno.



6) Mulher-Hera












A mulher-hera exala confiança em si mesma, tem perfeito
domínio sobre si própria e dos outros. A consciência de Hera é sempre
percebida nas mulheres mais velhas.


Ela é aquela que nasceu para mandar, podendo se tornar
impiedosa como dirigente de uma organização ou até mesmo de uma nação. Como
esposa de Zeus, a antiga deusa grega era co-governante do Olimpo, onde
oficialmente partilhava o poder com o chefe dos deuses.

Em nosso mundo, ela costuma personificar a esposa de "um grande homem". Hera é
um oponente formidável, seja na família ou na esfera política. Uma vontade de
ferro e idéias fixas caracterizam a mulher-Hera madura.

Independentemente das suas origens sociais, a mulher-Hera quase sempre aspirará
à proeminência em qualquer grupo que pertencer.

A mulher-Hera dá todas as indicações de aceitar a maternidade com calma e sem
hesitação, mas de maneira alguma será a mãe branda, tolerante e permissiva como
Deméter. Sempre preocupada com o "status" e a respeitabilidade social, a mãe
Hera é disciplinadora e exigirá que seus filhos sejam tão bem sucedidos quanto o
pai.

Quando se diz "atrás de um grande homem, existe uma grande mulher..", é a mais
pura verdade e, esta mulher é uma mulher-Hera. Considerada a "sombra" do marido,
enquanto não consuma seus desejos e fantasias, ela poderá intimidá-lo e até
mesmo tiranizá-lo. E, se finalmente conseguir o que quer, quase sempre
permanecerá sedenta de mais poder.

A dinâmica de Hera consiste em ela querer estar onde as coisas acontecem e a
origem da maioria de seus protestos está em excluí-la de qualquer ação. Bem no
fundo, ela que viver e agir como um homem num mundo de homens.



7) Mulher-Héstia












Héstia é a Deusa da lareira ou do fogo queimando em uma
lareira redonda e é a menos conhecida dos Deuses olímpicos.


A mulher-Héstia é incapaz de dominar, persuadir, seduzir ou
ainda, provocar nela um desejo de prazer.

Ela está sempre dentro do seu centro, de sua casa, com inteireza e integridade.

Ser e estar uma mulher-Héstia é estar em contato com seus valores trazendo ao
foco o que é pessoalmente significativo.

Através desse enfoque interior, uma mulher-Héstia pode perceber a essência da
situação, observar o temperamento de outras pessoas e ver o padrão ou sentir o
significado de suas ações. Essa perspectiva interior lhe proporciona clareza no
meio da confusa miríade de detalhes que se apresentam nos cinco sentidos.

É literalmente uma mulher que cuida de sua "casa", a interior e a exterior,
protegendo a lareira, que é um meio através do qual a mulher coloca a si mesma e
sua casa em ordem.

O arquétipo de Héstia desenvolve-se em comunidades religiosas, principalmente
nas que cultivam o silêncio. As freiras e as virgens vestais compartilham o
padrão arquetípico de Héstia.

Hésta é um arquétipo de centralização interior.

São mulheres que representam uma presença feminina invisível, ou a energia que
permeia uma situação, um lugar ou a psique, e transforma tudo em local sagrado.

Ela é o ponto de equilíbrio que dá significado à atividade, o ponto de
referência interior que permite à mulher permanecer firme em meio da confusão,
desordem ou afobação do dia-a-dia. Com Héstia em sua personalidade, a vida de
uma mulher tem significado.



Podemos nos encontrar em uma ou em muitas das mulheres-Deusas acima. Identificar
pontos positivos ou negativos e que nos fazem entrar em contato com um motivo de
alegria ou de mudança.



Esse é o objetivo dos arquétipos quando estudados: elucidar, modificar e renovar
o "Eu" a partir de uma energia mágica ancestral, que sempre esteve ali, se
estendeu por milhares de anos, e só que agora podemos observar a sua importância
para nossa vida e evolução.



Sobre a Jornada: A Busca da Deusa Interior - O Feminino Essencial que citei?


Utilizando a psicologia arquetípica nessa Jornada entramos em
contato com a faces das Deusas Gregas, buscando aprimorar, colocar em prática os
ensinamentos desses eternos mitos femininos e celebrar as novas passagens
moldando as nossas vidas.

O Trabalho pretende oportunizar a reafirmação do Eu focando qualidades especiais
que afloram a feminilidade, sensualidade, auto-estima e a espiritualidade.

Através de técnicas de Mobilidade do Corpo, Comunicação, Interação, Vibração e
Motilidade, Auto-expressividade, Autoconhecimento e Auto-expressão, Técnicas
Meditativas, Programação Neurolinguística, Dançaterapia, Integração, Consciência
e Ritos de Passagem experimentamos o surgimento e aperfeiçoamento da “Essência
de uma Nova Mulher”.

Se quiser mais informações sobre as datas das próximas Jornada você pode entrar
em

contato conosco
ou verifique meus trabalhos em nossa

agenda de eventos
.


Namastê




Tamaris Fontanella


Terapeuta Analista Corporal, Terapeuta
Bioenergética, Holística e Theaterapeuta (Sagrado Feminino).


Contato com Tamaris



Bibliografia: A Deusa Interior (Jeniffer e Roger Woolger), As
Deusas e a Mulher (Jean Shinoda Bolen), As Deusas e a Mulher-Madura (Jean
Shinoda Bolen), O Caminho de Avalon (Jean Shinoda Bolen), Os Mistérios da Mulher
(M.Esther Harding).


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"Que as Deusas estejam sempre a tecer e os Deuses estejam ao lado do nosso caminhar"

 

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